O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Como se isso não fosse o bastante, a fiscalização sobre o uso desses defensivos abrange uma quantidade muito pequena de culturas, o que coloca a saúde da população e os recursos naturais em risco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma lista com 614 tipos de substâncias utilizadas na agricultura como defensivos agrícolas, dentre elas, apenas 97 são proibidas no país. Segundo a agência, o uso destas substâncias não apresentam “risco agudo” para a saúde. O risco agudo está relacionado às intoxicações que podem ocorrer dentro de um período de 24 horas após o consumo do alimento que contenha resíduos.
Porém, diversos estudos e pesquisas apontam que o uso de agrotóxicos têm aumentado o índice de doenças cardiovasculares, câncer, Alzheimer, autismo, entre outras. Uma das substâncias liberadas no Brasil é o glifosato, que é apontado por pesquisadores como grande causador de câncer e autismo. Diversos países no mundo, como a Colômbia e a Holanda, já proibiram o uso da substância, que durante um estudo norte-americano foi encontrada até mesmo no leite materno.
Em maio de 2015, após alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) o Ministério Público Federal enviou documento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendando que fosse reavaliado urgentemente o uso da substância no país e que fosse banido do mercado nacional. O que não aconteceu até o momento.
Entre 2013 e 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliou amostras de apenas 25 tipos de alimentos. No entanto, os Estados Unidos e a União Europeia contaram com uma lista de mais de 300 análises, feitas pela Food and Drugs Administration (FDA), nos EUA, e pela European Food Safety Authority, na Europa. Além disso, 22 dos agrotóxicos mais comuns em território nacional são proibidos pelos dois órgãos estrangeiros.
A Anvisa também divulgou as monografias, um compilado de informações químicas, com sua classificação toxicológica e informações agronômicas, tais como as culturas agrícolas com uso autorizado, e seus respectivos limites máximos de resíduo vigentes. Apesar disso, uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), avaliou que diversas substâncias excedem o valor de ingestão diária aceitável de acordo com limites estabelecidos pela própria Anvisa (veja mais aqui). Todo ano a agência divulga uma lista com as frutas e vegetais mais contaminados no Brasil (veja aqui a de 2016).
Clique aqui para ver a lista completa das substâncias químicas autorizadas e também as não autorizadas.
Fonte: Ciclo Vivo
Essa imagem linda que ilustra o post é da plantação de um dos nossos parceiros produtores de orgânicos. Nesse tipo de agricultura, só são usados defensivos e pesticidas naturais para combater pragas e doenças.