A quantidade de lixo que produzimos todos os dias é assustadora, não? Além de sempre estar atento a desperdícios, uma forma de aliviar um pouco o volume que é direcionado para aterros sanitários e lixões (onde não recebem nenhum tipo de tratamento e se transformam em gases e líquidos tóxicos) é montar uma composteira em casa, ou seja, uma casa de minhocas que transforma lixo natural em húmus. É viável até em apartamentos e pode reduzir cerca de 50% do lixo doméstico. De quebra, rende um belo adubo orgânico para usar na sua horta. Podem ser utilizados restos de verduras, legumes, frutas, cascas e ovos, borra de café e até aquele sachêzinho do chá.
A compostagem já é utilizada há muito tempo na agricultura familiar e hoje já existem alguns apetrechos que facilitam bastante a vida de quem quer ter uma composteira em casa, mas não tem muita habilidade (ou tempo) para montar o “equipamento”. Aqui vão algumas dicas para a montagem.
Como funciona
O tamanho da composteira vai depender do tamanho da sua família (e o volume de lixo que ela produz), mas, em geral, são necessárias três caixas (de plástico opaco) empilhadas, e uma tampa. As duas de cima são chamadas “digestoras” e têm furos no fundo, por onde passam os líquidos e as minhocas (A espécie mais indicada para a produção de húmus é a vermelha-da-califórnia). A caixa coletora é a base, embaixo de tudo, onde fica depositado o chorume produzido no processo.
Veja como utilizar bombonas de plástico para construir uma composteira
“Ingredientes”
– Lixo orgânico
– Serragem
– Palha de grama seca
– Caixas plásticas
– Minhocas
Como usar
As duas primeiras caixas servem para deposição dos resíduos orgânicos. Na caixa do topo, é onde são adicionados os restos de comida crus, preferencialmente picados, como cascas de legumes, frutas; evite colocar alimentos com muita gordura, laticínios, espinhos de peixe, ossos, excesso de frutas cítricas (que em grande quantidade pode alterar o ph e acidificar o composto – ruim para as minhocas e para as plantas), carnes e frutos do mar. Na primeira vez em que estiver usando a composteira, utilize um pouco de terra com minhoca ou composto já preparado para forrar a caixa. Assim você já garante uma quantidade de fungos e bactérias benéficos, o que acelera o processo.
Depois de depositar os resíduos, misture-os com a serragem, na mesma proporção. O equilíbrio entre os dois componentes é importante para que o ambiente não fique muito úmido. Por cima dessa mistura, cubra com a palha de grama seca. Quando chegar uma nova leva de lixo orgânico, repita o processo: misture os restos de comida com a serragem e depois cubra novamente com a palha.
Enquanto as minhocas trabalham nas caixas de cima, o chorume vai escorrendo para a última, a caixa coletora. Ela pode ter uma pequena torneira para facilitar a coleta. Esse chorume é um biofertilizante líquido, rico em nutrientes e sais minerais e que também pode ser usado como adubo e pesticida. Basta diluí-lo em água, em uma proporção de 1/5 até 1/10, e borrifar nas folhas de sua horta caseira ou nas plantas de sua casa.
Quando a primeira caixa estiver cheia, deve ser trocada de posição com a de baixo. À medida que os alimentos são absorvidos, as minhocas migram para a caixa superior em busca de mais comida. Assim que o ciclo de produção estiver completo, o composto está pronto para ser utilizado em jardins, vasos e horta. Uma caixa digestora cheia leva de 30 a 60 dias para que todo o alimento seja decomposto. Após este período é possível utilizar o húmus nas plantas e liberar a caixa para uma próxima rodada de compostagem.
Dicas:
– É importante manter sua composteira sempre na sombra.
– Não utilize alimentos cozidos, com muito sal, açúcar ou com excesso de óleo (salada temperada)
– Misture o composto a cada 2 ou 3 dias.
– Recolha o chorume a cada 15 dias.
Para comprar a composteora doméstica: Morada da Floresta
(Fontes: Ciclo Vivo, Ecycle, Planeta Sustentável)
